Já começo com o aviso de que o texto é longo. Pegue o café, o chocolate e fique confortável para reviver comigo o nascimento da pequena feijãozinha.

Falam que chegando na reta final, é importante manter a calma e apenas esperar o bebê decidir nascer, mas falar é fácil, né?

Era quarta-feira, 3 de agosto, fomos no shopping jantar. Eu estava quase de 39 semanas e a volta para casa foi sentindo contrações enquanto o coração acelerado pensava “será que é hoje?”. Alarme falso, a médica me explicou que era meu corpo me dando sinais de que logo era a hora, mas era impossível saber quando esse logo seria… Uns dias depois o tampão saiu e a ansiedade aumentou.

Os dias foram passando e eu fazia tudo o que me diziam que ajudava a entrar em trabalho de parto e… nada! Na quarta-feira, 17 de agosto, decidi dar uma chance às escadas e fomos, eu, minha mãe e Susi subir os 260 degraus de Keinukallio, aqui em Kerava.

Não sei se foi a subida ou se foi coincidência, mas dia 18 de madrugada, quinta-feira, comecei a sentir contrações… Abri o aplicativo e comecei a cronometrar… Quando estavam com 12 minutos de diferença entre elas acordei o Mikko e avisei: acho melhor você trabalhar de casa hoje! Outro alarme falso, quando o despertador tocou eu já não sentia mais nada…

Passei o dia bem e praticamente sem sentir nada, já estava fechando 41 semanas e na segunda teria que marcar consulta para ver se estava tudo bem com a bebê e agendar a indução. Até sexta da semana seguinte ela nasceria, nao tinha muito mais tempo para ficar no forninho.

Chegou a noite e com ela outra onda de contrações. Dessa vez vinham a cada 8 minutos! Mikko ligou para a maternidade e me mandaram tomar remédio e descansar, ainda nao era hora de ir ao hospital. Assim eu fiz.

A sexta-feira e as 41 semanas chegaram e com ela a ansiedade, de repente eu não sentia mais a bebê mexer! Mikko telefonou para a maternidade enquanto eu chorava preocupada e sentia dores não ritmadas… Hyvinkää: lotada. Espoo (Jorvi): lotada. Terceira tentativa: Lohja. Fomos até lá, pouco mais de 1h de carro, ver se estava tudo bem. Estava! E eu não estava dilatada ainda. Aproveitamos para almoçar em um restaurante super fofo na praia e eu quase nao aproveitei já que precisava levantar caminhar sempre que uma contraçao vinha.

A sexta-feira foi de dores não ritmadas e mesmo sabendo que ainda nao tinha começado a dilatar, algo me dizia que o dia estava cada vez mais perto. Entre uma contração e outra tiramos fotos animados com a espera que estava chegando ao fim!

Fiz na sexta o mesmo que na quinta: tomei remédio e fui dormir. Acordei uma e pouco da manhã meio molhada, assim que abri os olhos as dores começaram. Corri para o banheiro e durante o intervalo das contrações eu caminhava e fazia exercícios como erguer o quadril ficando na ponta do pé (um pé por vez) e rebolar. Já durante a dor eu me apoiava em algum lugar, como na mesa ou na máquina de lavar roupa e tentava respirar com tranquilidade (inspirando pelo nariz e expirando pela boca, sempre profundo). Também usei um aparelho chamado Tens.

Mas já não dava mais para ficar ali, as contrações vinham a cada 5 minutos e fortes… Chamei o Mikko dizendo “temos que ir”! Ele deu um pulo assustado, ligou para a maternidade (Hyvinkää) e dessa vez a recomendação não foi remédio e cama, e sim: peguem suas coisas e venham! Socorro, vai nascer!

Continua…

2 thoughts on “Parto na Finlândia – minha experiência (parte 1)

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